Engravidar

São Paulo, fevereiro de 1994, eu tinha 28 anos, 4 anos de casada.

Minha gravidez foi desejada e planejada, mas tive que tomar hormônio para indução da ovulação (eu tinha ovários micropolicísticos). Eu parei de tomar pílula anticoncepcional e fiquei 6 meses sem ovular. Mas foi um processo instantâneo: na primeira dose do hormônio engravidei das duas.

Mas eu não esperava ficar grávida de início, acho que nem minha médica. Então só descobrimos com 9 semanas quando eu tive um sangramento fora do previsto. Ela me examinou e disse: "repouso absoluto e ultra-som de emergência amanhã de manhã". Eu fiquei estática. Não fiz nenhuma pergunta. Não tinha coragem. Na minha cabeça a dúvida: "se eu tivesse engravidado e perdido?"

No dia seguinte na mesa do exame de ultra-som, o médico mexia e virava e nós (meu marido e eu) não falávamos nada.
Até que perguntei: "e então doutor, estou grávida?"
Ao que ele respondeu: "você não sabia? Está sim, e são dois."

Texto que publiquei pela primeira vez em 2003 no grupo Yahoo! filhosgemeos.

Vamos escrever juntos???

Em 2003, estávamos no grupo Yahoo! Filhos Gêmeos, e começamos o "Vamos escrever juntos???"

A idéia era reunir histórias de cada um, sobre temas específicos, de forma organizada para passar as informações para quem precisasse. Num grupo de mães e pais de múltiplos, tinhamos muita experiência em reprodução assistida, tipos de parto, prematuros, etc.

Nos próximos dias colocarei aqui alguns textos dessa época!

Feliz aniversário...

Amor da minha vida, meu homenzinho, meu protetor, meu anjo da guarda.

Que cuida de mim, cuida das irmãs, cuida do pai.
Ama todo mundo, conversa com tudo mundo, seduz todo mundo.
Não tem quem não goste de você, não tem quem não perceba o quanto você é especial.

Como você mesmo costuma me falar, "eu te amo infinito, pra sempre, meu amor nunca vai acabar e eu nunca vou te esquecer".

Adoro ir pra "Paris" com vc, logo cedo, no caminho pra escola, adoro jogar "vídeo game" , sendo sempre o bonequinho que fica em segundo lugar no jogo. Adoro quando você tenta me enrolar, me elogia, me agrada, e tenta desviar a minha atenção quando eu tenho que ficar brava com você.Adoro ouvir os elogios que as pessoas fazem, adoro quando dizem o quanto você é inteligente, esperto e educado.

E pensar que há cinco anos atrás você era um pacotinho pequenininho que eu levei pra casa morrendo de medo de causar ciumes nas suas irmãs e que pra minha surpresa, ao menor suspiro, elas corriam pra ver o que vc queria, me atropelando pelo caminho. E que quando eu chegava, segundos depois, via as suas irmãs com a blusinha levantada, tentando dar o peito pra você mamar.


Te amo meu principinho, seja muito feliz.

Sabedoria infantil

Aniversário da tia, lá vamos nós...
Vamos encontrar com o priminho da priminha...
E a conversa rola solta no banco de trás do carro.
- Sabe mãe, eu acho que ele é deste jeito porque ele ainda é muito pequeno (se referindo ao priminho, uma criança um pouco mimada, um pouco egoísta e muito bagunceira)
E eu respondo, que ele tem a mesma idade do irmãozinho (4 anos, completando 5 amanhã)...
Ela pensa um pouco e me diz:
- É mãe, então ele ainda tem muito o que aprender...

5 anos

Essa semana é o aniversário de um dos nossos filhos queridos!
Somos um grupo de mães de múltiplos, então temos muitos! 22 ao todo, de 1 a 13 anos!

A maioria deles está com 5 anos, assim como nossa amizade. Incrível não?
Começamos como um grupo de Internet, trocando dicas sobre filhos, e ainda hoje estamos aqui, unidas como nunca, não mais amigas virtuais, mas reais e presentes umas nas vidas das outras, mesmo as que hoje moram em outros lugares do mundo!

A Internet é um mundo mágico. Tem coisas boas e ruins, como tudo. Mas sem ela não estaríamos aqui juntas. Não mesmo. Somos muito diferentes, em ritmo de vida, profissão e hábitos. Não nos encontraríamos nunca, de outra forma!

Mas graças a Deus até hoje somos amigas, amigas-mães!

Amamentando (2)

Graças a Deus, eu sempre tive muito leite... Como o pediatra disse, se mamar vem mais.

Eu já estava voltando a trabalhar, elas (6 meses) tomavam suquinho, papinha salgada, papinha doce e leite em pó para complementar (quando eu não estava em casa) na mamadeira com bico ortodôntico (que era o usado na época).

Um belo dia, minha filha começou a recusar o peito. Primeiro encrencou com o esquerdo e só aceitou o direito. Depois nenhum dos dois. Até que me mordeu!!! Aquele único dentinho fino! E nunca mais pegou o peito. Acordada, nunca mais.
Mas eu tinha muito leite, e achei um desaforo ela me "esnobar" assim. Daí tentei dar o peito para ela dormindo. Funcionou! Ela mamou direitinho.
Passei então a amamentá-la no peito só de manhãzinha e a noite. Quando ela estivesse dormindo!

Mensagem principal: Bebês são pessoas! Seres humanos completos, com vontades e preferências! Não se deixe enganar pela linda aparência frágil! Mas também não se deixe intimidar. Eles podem ser completos, mas não são experientes! Nós sempre podemos usar de alguma estratégia de mãe!

Texto que publiquei pela primeira vez em 2003 no grupo Yahoo! mamae_bebe.

Amamentando (1)

Assim que chegou em meus braços na maternidade, minha filha choramingava...
"Coloque no peito" me disseram.
"Mas eu já tenho leite?" Eu nem sabia. Mas coloquei e ela mamou.
Então, querendo ser "justa" com as duas, tentei dar de mamar para a outra. Ela só dormia. Não acordou de modo algum.
A primeira continuava choramingando. Voltou para o peito.
"E se acabar com todo o leite? Como fica a outra?" eu estava literalmente em pânico. "E se o colostro acabar?"
Minha comadre nutricionista disse "Elas são diferentes...".
Minha comadre pediatra disse "Não se preocupe que o leite vem para as duas".
E veio. Tive leite suficiente para as duas e mais. A "dorminhoca" mamou só no dia seguinte, mas tirou o atraso.

Mensagem principal: Seres humanos são diferentes uns dos outros. Irmãos são diferentes. Sejam gêmeos, trigêmeos, inclusive os com mesma carga genética, chamados "idênticos".
Todos somos indivíduos. Cada um com uma alma única e diferente!

Não podemos e não devemos fazer tudo igual!
Dar a cada um o que precisa, na dose que cada um precisa.
Fazer tudo igual não é amar igual; amar igual e amar com a mesma intensidade.


Texto que publiquei pela primeira vez em 2003 no grupo Yahoo! mamae_bebe.

Em homenagem a avózinha.

Fui contar que a vovó tinha morrido.
Se queriam ir ao velório, expliquei o que era, como o corpo estaria.
- Mas é só o corpo né mãe? Porque o espírito já ta no céu.
- O espírito que fala né mãe? Corpo sem espírito não fala...
- A vovó morreu e já nasceu de novo?

E depois o pai ressaltando que elas chegariam no velório e veriam o corpo. A irmã complementa:
- Nao só o corpo né pai, a cabeça também.

Mães más

Esse é um texto antigo do qual eu gosto muito.

Texto de Autor desconhecido.

Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:

Eu os amei o suficiente para ter perguntado "onde vão, com quem vão e a que horas regressarão".

Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que eles soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar pelas balas que tiraram da mercearia, ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".

Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé duas horas junto deles, enquanto limpavam o quarto: tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por eles, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que poderiam me odiar por isso - e em alguns momentos até me odiaram.

Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Estou contente, venci... Porque no final eles venceram também!

E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má:

Sim... Nossa mãe era má! Era a mãe mais má do mundo...

As outras crianças comiam doces no café da manhã, e nós tínhamos de
comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e
sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
E ela obrigava-nos a jantar a mesa, bem diferente das outras mães,
que deixavam os filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora - tocava nosso
celular de madrugada.
Era quase uma prisão; mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que eles faziam.
Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorasse
só uma hora ou até menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho
infantil. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos que achávamos cruéis.
Eu acho que ela dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar
fazer.
Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a
verdade.
E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler nossos
pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata.

Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós
saíssemos. Tinham que subir, bater à porta para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de
esperar pelos 16 para chegar mais tarde, e aquela "chata" levantava para saber se a festa foi boa - só para ver como estávamos ao voltar.

Por causa de mãe, nós perdemos algumas experiências da adolescência.


Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de
vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

Foi tudo por causa dela.


Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o
nosso melhor para sermos "Pais Maus", tal como a nossa mãe foi.

Eu acho que é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes "MÃES MÁS".

Amiga boa

Em referência ao texto publicado em Mães Más.

Com certeza educar é a parte mais difícil. Por mais que todo o cuidado físico tenha sua dificuldade, principalmente por que é novo e é com o nosso bebê, educar é muito difícil.

É difícil porque não temos uma "tabela" de comparação, não temos certeza de que nossos filhos entenderam nossa mensagem, não temos certeza se vão agir de acordo com nossa orientação quando estiverem longe de nós... não temos certeza de nada, nem teremos nunca. E nem os pediatras, nem os psicólogos, nem os professores tem todas as respostas...

Eu tenho procurado ser uma "Mãe má" , mas também e principalmente uma "Amiga boa" . Converso com elas tudo. Absolutamente tudo. Nunca menti sobre nada. No máximo, quando o assunto é complexo demais eu digo: "é um assunto demorado, podemos conversar depois ?" E depois conversamos mesmo.

Eu observei que para tudo o que acontece na nossa vida, elas estão atentas e observam tudo, e tem uma explicação para cada coisa. Mesmo que não falem, viram, analisaram e chegaram a uma idéia, às vezes até em conjunto. Então criamos o hábito de conversar sobre tudo. E já vejo a diferença disso refletindo no comportamento delas. Quando alguém comenta alguma coisa na escola, ou elas já sabem e sabem da maneira certa, ou então quando a "conversa" é estranha, elas vem pra mim e questionam: "mamãe, isso não pode ser assim, não é?" ou "Falaram isso, é certo?" Sabem aqueles comentários sem pé nem cabeça que as pessoas inventam para as crianças? Principalmente no que se refere à Educação Sexual.

Elas também sabem que tem que respeitar a criação dos outros e não falar nada com nenhuma criança que ela não saiba, porque quem tem que falar são os pais da criança. Elas sabem que tem gente que conversa, tem gente que não. Sabem que tanto a minha criação quanto a do pai delas foi diferente, muito mais fechada.

Mensagem principal: Quero ser uma “mãe má” no sentido de cuidar, proteger, mas preciso ser uma “amiga boa” para confiar e receber confiança.

Texto que publiquei pela primeira vez em 2003 no grupo Yahoo! mamae_bebe.

Certo ou Errado

Nunca fui muito de brincar. Sou do tipo "cuidar".

Confesso que me sentia um pouco mal porque não conseguia sentar e "brincar de bonecas" ou qualquer outra coisa com as meninas. Acho que não sobrava tempo. Entre trabalho, casa, e filhas gêmeas, o tempo é artigo raro mesmo! Mas claro que o principal é que não levo muito jeito pra isso! Eu invejava as mães que faziam isso com tanta tranqüilidade...

Mas sou uma pessoa de informática. É minha profissão e meu hobby!

Então desde cedo estimulei as meninas com jogos educativos no computador. Aos poucos elas foram tomando gosto pela coisa. E descobrimos uma forma de brincar juntas, nesse mundo virtual.

No fim, não fui a mãe brincalhona da infância delas, mas sou a "cyber-mãe" da adolescência, que entende de sites e jogos, que cria vídeos e outras coisas mais!

Mensagem principal: Não existe jeito certo ou errado de ser mãe. Cada uma é do seu jeito, e da melhor forma que pode ser! Única e especial!

Ser "bobo"

Reclamar quando um professor erra a nota pra menos é comum. Mas quando o erro é pra mais (ou seja o professor deu mais nota que o merecido) implica em ouvir dos colegas: "não seja boba, porque você está fazendo isso?"

Mas a resposta que eu ouvi foi: "Eu tenho que falar. Se ele descobre depois fica mal pra mim, e muitas vezes ele deixa a nota só porque fui honesta".

Imaginem o orgulho de mãe ao ouvir uma filha falar assim. 13 anos!

Mensagem principal: Construir uma fama de honesta é muito importante. Numa discussão entre colegas, sobre quem fez o quê, sua palavra terá peso. Os professores serão os primeiros a dizer que você não mente.

Por isso que eu digo e repito. Educar da muito trabalho. Mas vale cada gota de suor investido. Cada uma delas!!!

Ser do bem ou ser do mal

Criança com 5 anos, colocando uma cadeira atrás de uma pessoa para puxá-la quando a pessoa for se sentar. “Isso é coisa de criança.”

Primeiro: Imitar os comportamentos é uma atitude de aprendizado. Mas podemos fazer tudo? Cabe aos pais dizer: “isso é certo”, “isso é errado”. A criança nos testa com o objetivo de aprender. Precisamos fazer nosso papel de educar.

Segundo: existem ações claramente inocentes, e ações que são “do mal”. É difícil admitir que nossos bebês lindos e frágeis crescem e podem ter comportamentos não tão “politicamente corretos”.
Rotular as ações como “coisa de criança” é uma forma simples de omissão.
“Não vou fazer nada, quando crescer isso passa”
.

Passa. Pode se modificar, se transformar. Puxar uma cadeira pra alguém cair pode evoluir para puxar o tapete de um colega de empresa pra conseguir algum posto melhor. A triste “Lei de levar vantagem em tudo”.

Mensagem principal: Educar da trabalho. Omissão é muito mais fácil, mas não educa.

Mensagem adicional: Crianças com comportamentos “do mal” geralmente estão devolvendo o que recebem, o que vêem dentro de casa. E cada uma reage diferente. Mas um exemplo simples é o dos pais que brigam. Crescer no meio de brigas e discussões constantes não faz bem pra ninguém. Pode gerar depressão, baixa estima, com conseqüências mais sérias.

Ação: na dúvida, procure ajuda. Não levamos ao pediatra porque tem febre? Precisamos aprender a levar ao terapeuta se temos dúvidas quanto ao comportamento. Até para ouvir de alguém especializado se é realmente “coisa de criança”. Ou não. Mas faça na hora. Quando o problema surge, quando é fácil de ser resolvido.

Não conta pra mãe

Menina (6 anos) fala com outra mais velha: “Não conta pra sua mãe, mas ela (5 anos) passou batom na boca e todo mundo ficou lambendo.”

Primeiro, não tem exceção, crianças sem supervisão aprontam. Pode ser algo simples, sem grandes conseqüências, pode não ser. O risco existe, cabe aos pais decidir se e quando corrê-lo.

Segundo, as crianças têm senso de certo e errado desde cedo. O “não contar pra sua mãe” mostra claramente que sabe que a situação não seria aprovada, e ainda pior, que já sabe, nessa idade, que não precisa contar tudo para os pais. Qual a causa disso tudo? Não se sente segura pra conversar qualquer coisa.

Mensagem principal: Incentivar os filhos a conversar sobre tudo.
“Como foi seu dia? O que foi bom? Porque? O que foi ruim? Porque?”


Mensagem adicional: Ouvir sem brigar.
Mesmo quando a criança conta algo sério é preciso ter calma. Ela está ali, contando, se abrindo. Para que faça disso um hábito precisa se sentir segura. Já aconteceu, então o que podemos fazer é ensinar, mostrar quando for errado, educar. Mas não castigar o fato dela contar! Essa é a grande diferença!

Quando uma criança faz algo errado na nossa frente e castigamos, a punição é sobre o ato em si. Ponto. Sem problemas.

Mas quando ela está contando o que já aconteceu, se castigarmos ai, estaremos punindo o ato de contar. Resultado, nunca mais saberemos de nada.

Precisamos ouvir. Depois educar: fazer a criança refletir sobre o que aconteceu. Entender se foi certo ou não, pensar nas conseqüências. Aprender que não pode fazer mais, se for o caso. Ou fazer de forma diferente. Mas principalmente manter o canal aberto para que ela conte sempre.

Afinal, o objetivo dos pais é educar e não castigar, certo???

Construir um relacionamento baseado em confiança é trabalho árduo diário.
Para destruí-lo só precisamos de poucas ações.

Tal filha tal pai

Menina reclama pro pai da amiga: “Tio, ela está contando um segredo pra outra amiga e não conta pra mim.”
Pai: “Então eu vou contar um segredo só pra você!”
Filha: “Então vou pedir pra minha mãe me contar!”
Pai: “Sua mãe não sabe!”
Filha: “Então vou falar pra mãe dela...”

E assim continuaram por um bom tempo...

O pai agiu como a filha de 5 anos.

Primeiro, nivelando a idade com a dela. Enxergar pai e mãe como iguais têm conseqüências terríveis. Os pais são nossos primeiros heróis, que nos protegem de qualquer perigo. Se formos “mais que eles” ou mesmo “iguais” como eles podem nos “salvar”. Imagine a insegurança de crescer assim? Ninguém é perfeito, claro que não. Mas como pais somos o modelo de “adulto” que nossos filhos primeiro conhecem.

Segundo, endossando a atitude dela. Pais que agem "na mesma moeda" só estão ensinando a chantagem como arma de negociação. Pior, ensinam que para alguém ganhar alguém tem que perder. “Se você continuar a agir mal, vou agir pior.” Como isso pode educar uma criança?

Terceiro, claramente a criança usa mãe contra o pai. E o pai confirma isso ao dizer “sua mãe não sabe”. Dessa forma a criança sempre poderá usar um contra o outro quando precisar. E eles não passam a imagem de conjunto. Pai e mãe unidos para educar os filhos.

Mensagem principal:
“Filha, sua amiga é sua convidada, vamos brincar de algo todos juntos?
Que todos possam participar?”


Mensagem adicional:
“Filha, você acha que sua mãe concordaria com essa sua atitude?”
“Filha, não é educado fazer sua amiga se sentir mal, ou excluída, na sua casa.”