Não conta pra mãe

Menina (6 anos) fala com outra mais velha: “Não conta pra sua mãe, mas ela (5 anos) passou batom na boca e todo mundo ficou lambendo.”

Primeiro, não tem exceção, crianças sem supervisão aprontam. Pode ser algo simples, sem grandes conseqüências, pode não ser. O risco existe, cabe aos pais decidir se e quando corrê-lo.

Segundo, as crianças têm senso de certo e errado desde cedo. O “não contar pra sua mãe” mostra claramente que sabe que a situação não seria aprovada, e ainda pior, que já sabe, nessa idade, que não precisa contar tudo para os pais. Qual a causa disso tudo? Não se sente segura pra conversar qualquer coisa.

Mensagem principal: Incentivar os filhos a conversar sobre tudo.
“Como foi seu dia? O que foi bom? Porque? O que foi ruim? Porque?”


Mensagem adicional: Ouvir sem brigar.
Mesmo quando a criança conta algo sério é preciso ter calma. Ela está ali, contando, se abrindo. Para que faça disso um hábito precisa se sentir segura. Já aconteceu, então o que podemos fazer é ensinar, mostrar quando for errado, educar. Mas não castigar o fato dela contar! Essa é a grande diferença!

Quando uma criança faz algo errado na nossa frente e castigamos, a punição é sobre o ato em si. Ponto. Sem problemas.

Mas quando ela está contando o que já aconteceu, se castigarmos ai, estaremos punindo o ato de contar. Resultado, nunca mais saberemos de nada.

Precisamos ouvir. Depois educar: fazer a criança refletir sobre o que aconteceu. Entender se foi certo ou não, pensar nas conseqüências. Aprender que não pode fazer mais, se for o caso. Ou fazer de forma diferente. Mas principalmente manter o canal aberto para que ela conte sempre.

Afinal, o objetivo dos pais é educar e não castigar, certo???

Construir um relacionamento baseado em confiança é trabalho árduo diário.
Para destruí-lo só precisamos de poucas ações.

0 comentários: